Neste período historiográfico denominado Romande de 30 temos diversos autores reunidos. De fato, não houve uma proposta estética unificada, ou seja, os autores não se organizam em grupos, como na Arcádia ou na Semana de Arte Moderna de 1922. Sendo, as características que organizamos como referentes a esse momento são observações posteriores à produção dos livros.
Ainda assim, podemos perceber pontos de convergência entre os autores: a observação da realidade brasileira, a observação do regional, principalmente do sertão nordestino.
MOMENTO HISTÓRICO: mundialmente, vivia-se uma crise. As projeções da década de 20, que anunciavam o progresso, foram retalhadas pela Primeira Guerra Mundial. Em seguida, veio, em 1929, a quebra da Bolsa de Nova Iorque e o fortalecimento dos ideais totalitários de governo (Nazi-fascismo). No Brasil, por sua vez, exprerenciávamos o declínio da República Velha (República “café-com-leite”, 1989-1930). Passamos pelo Movimento Tenentista (1922) e pela Coluna Prestes (1928) até a Revolução de 30, quando o acerto das eleições entre São Paulo e Minas Gerais foi quebrado, causando confusão política. O desfecho foi uma revolução da elite: Washington Luís foi deposto, Júlio Prestes, que havia ganho as eleições, teve a posse impedida, para, em seguida, Getúlio Vargas assumir a presidência. Trata-se, pois, de um momento de efervescência política. A literatura, manifestação cultural, não desvencilhou-se desse momento. Pelo contrário: observou-o! Os artistas sentiram-se convidados a criar obras que, de alguma forma, estivessem referenciadas na realidade.
PROPOSTA ESTÉTICA: os artistas intimados e interessados pela realidade, buscaram, mais uma vez, a verossimilhança como suporte para suas criações. Como esse era um traço do Realismo-Naturalismo, diz-se que o Romance de 30 é neorealista, pois cria romances, essencialmente, verossímeis. Seguindo a proposta de Euclides da Cunha, o regionalismo vigorará nas obras. Os autores brasileiros observarão diferentes ambientes nacionais, principalmente o universo rural, agrário, para sua criação estética. Diferentemente de José de Alencar regionalista, ou de Euclides da Cunha jornalista, o regionalismo da década de 30 trará tipos sociais, mas avançará na descoberta psicológica dessas personagens. A ênfase estará, sem dúvida, na denúncia social, na observação das mazelas do País – a proposta ideológica acima da proposta estética.
PROPOSTA ESTÉTICA: os artistas intimados e interessados pela realidade, buscaram, mais uma vez, a verossimilhança como suporte para suas criações. Como esse era um traço do Realismo-Naturalismo, diz-se que o Romance de 30 é neorealista, pois cria romances, essencialmente, verossímeis. Seguindo a proposta de Euclides da Cunha, o regionalismo vigorará nas obras. Os autores brasileiros observarão diferentes ambientes nacionais, principalmente o universo rural, agrário, para sua criação estética. Diferentemente de José de Alencar regionalista, ou de Euclides da Cunha jornalista, o regionalismo da década de 30 trará tipos sociais, mas avançará na descoberta psicológica dessas personagens. A ênfase estará, sem dúvida, na denúncia social, na observação das mazelas do País – a proposta ideológica acima da proposta estética.
A produção será em prosa: os romances. A maior parte deles fugirá ao experimentalismo proposto por Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Teremos enredos lineares, que permitam o diálogo com o leitor, ou seja, a livre fruição da obra. Há, sem dúvida, uma unidade de proposta estética. Entretanto, os muitos autores desse período elaborarão diferentes estilos e observarão, inclusive, a região urbana.
Consciência Sociológica: teremos a publicação de obras que pretendem compreender o País. São elas: Casa-grande e Senzala, de Gilberto Freyre (1933); Evolução Política do Brasil, de Caio Prado Júnior (1933); Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda (1936). Essas produções demonstram que os nossos intelectuais estavam, de fato, a observar a realidade brasileira.
Consciência Sociológica: teremos a publicação de obras que pretendem compreender o País. São elas: Casa-grande e Senzala, de Gilberto Freyre (1933); Evolução Política do Brasil, de Caio Prado Júnior (1933); Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda (1936). Essas produções demonstram que os nossos intelectuais estavam, de fato, a observar a realidade brasileira.
LEITURAS OBRIGATÓRIAS - UFRGS 2010
Fogo Morto, de José Lins do Rego
Porteira Fechada, de Cyro Martins
O site Domínio Público disponibiliza alguns arquivos bem interessantes. Principalmente a categoria vídeos de literatura. Lá há uma séria "Mestres da Literatura Brasileira" - pequenos documentários sobre os autores. Acesse o vídeo sobre José Lins do Rego.
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