sexta-feira, 20 de novembro de 2009

TEATRO: A SERPERTE, de Nelson Rodrigues

O universo de Nelson Rodrigues está bem representado pelos atores, que estabelecem um clima tenso, utilizando voz e corpo, pouca luz e pouca música. A sexualidade exacerbada e a dúvida “afinal, quem é o desajustado” são o mote da peça.

Nesta montagem de ato único, Nelson apresenta duas irmãs e um homem – um triângulo sexual – e não amoroso! – suscitado graças à bondade de uma mulher e sua atitude diante da irmã – Guida e Lígia, respectivamente. O final, como sempre, é arrebatador e violento, é claro.

Pessoal, fica o convite:

Cia. Teatrofídico e a montagem A Serpente, de Nelson Rodrigues (última peça do autor, na década de 70).

Direção: Eduardo Kraemer
Elenco: Renato Del Campão, Rejane Meneghetti, Ágata Baú e Maiqul Klein.


ONDE? Sala 302 da Usina do Gasômetro (Av. João Goulart, 551).
QUNADO: sábado, 21 de novembro.
QUANTO: R$5,00 para estudantes.

Para aqueles que forem, nos vemos lá, 19:30!



http://teatropoa.blogspot.com/

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dissertação: uma introdução.

O texto é meio de exprressão. É por meio dele que o sujeito organiza o seu discuro. É por meio da leitura que o leitor cria significados, os quais são, acredito, uma negociação entre a tríade (como o sistema literário autor/obra/público) escritor/texto/leitor.
Sabemos que no vestibular somos convidados a elaborar um texto, de caráter dissertativo, para demonstrarmos nossa capacidade expressiva por meio das palavras. Sendo assim, os materias aqui disponibilizados tentam auxiliar o criador de um texto - principalmente, o argumentativo/dissertativo.
Os trabalhos apresentados, portanto, objetivam, essencialmente, a leitura e a discussão de ideias.

Boa leitura!

Autores Conteporâneos

Sem dúvida, essa nomenclatura, autores contemporâneos, é muito abrangente, mas, acredito, é o suficiente para nos referirmos à produção literário no Brasil após a década de 30. É claro que, aqui, selecionei poucos autores, os mais clássicos-canônicos.

Essa "classificação", no entanto, indica uma característica literária: a partir de agora, colocar os autores e suas propostas estéticas em "caixinhas" é muito difícil! O mais importante é ler as obras. Os velhos quadros de características, adorados pelos livros didáticos, passam a ser, em certa mediada, inúteis.

Portanto, a partir dessas pequenas explanações teóricas, fica o convite: ler a obra, ao menos um conto, ao menos uma crônica, ao menos uma poesia e, quem sabe, um romance ou um teatro!

Aqui, então, fica o sobre o que chamamos de LITERATURA DE TOM REGIONAL - João Guimarães Rosa, João Ubaldo Ribeiro - e LITERATURA DE TOM URBANO, Clarice Lispector, Lya Luft e Lygia Fagundes Telles.


LEITURA OBRIGATÓRIA - UFRGS 2010
Antes do Baile Verde, de Lygia Fagundes Telles

Abaixo, segue uma ilustração de Gus Morais - ilustrador que encontrei na internet. A imagem refere-se ao conto que dá título ao livro.



Romance de 30

Neste período historiográfico denominado Romande de 30 temos diversos autores reunidos. De fato, não houve uma proposta estética unificada, ou seja, os autores não se organizam em grupos, como na Arcádia ou na Semana de Arte Moderna de 1922. Sendo, as características que organizamos como referentes a esse momento são observações posteriores à produção dos livros.
Ainda assim, podemos perceber pontos de convergência entre os autores: a observação da realidade brasileira, a observação do regional, principalmente do sertão nordestino.
MOMENTO HISTÓRICO: mundialmente, vivia-se uma crise. As projeções da década de 20, que anunciavam o progresso, foram retalhadas pela Primeira Guerra Mundial. Em seguida, veio, em 1929, a quebra da Bolsa de Nova Iorque e o fortalecimento dos ideais totalitários de governo (Nazi-fascismo). No Brasil, por sua vez, exprerenciávamos o declínio da República Velha (República “café-com-leite”, 1989-1930). Passamos pelo Movimento Tenentista (1922) e pela Coluna Prestes (1928) até a Revolução de 30, quando o acerto das eleições entre São Paulo e Minas Gerais foi quebrado, causando confusão política. O desfecho foi uma revolução da elite: Washington Luís foi deposto, Júlio Prestes, que havia ganho as eleições, teve a posse impedida, para, em seguida, Getúlio Vargas assumir a presidência. Trata-se, pois, de um momento de efervescência política. A literatura, manifestação cultural, não desvencilhou-se desse momento. Pelo contrário: observou-o! Os artistas sentiram-se convidados a criar obras que, de alguma forma, estivessem referenciadas na realidade.

PROPOSTA ESTÉTICA: os artistas intimados e interessados pela realidade, buscaram, mais uma vez, a verossimilhança como suporte para suas criações. Como esse era um traço do Realismo-Naturalismo, diz-se que o Romance de 30 é neorealista, pois cria romances, essencialmente, verossímeis. Seguindo a proposta de Euclides da Cunha, o regionalismo vigorará nas obras. Os autores brasileiros observarão diferentes ambientes nacionais, principalmente o universo rural, agrário, para sua criação estética. Diferentemente de José de Alencar regionalista, ou de Euclides da Cunha jornalista, o regionalismo da década de 30 trará tipos sociais, mas avançará na descoberta psicológica dessas personagens. A ênfase estará, sem dúvida, na denúncia social, na observação das mazelas do País – a proposta ideológica acima da proposta estética.
A produção será em prosa: os romances. A maior parte deles fugirá ao experimentalismo proposto por Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Teremos enredos lineares, que permitam o diálogo com o leitor, ou seja, a livre fruição da obra. Há, sem dúvida, uma unidade de proposta estética. Entretanto, os muitos autores desse período elaborarão diferentes estilos e observarão, inclusive, a região urbana.

Consciência Sociológica: teremos a publicação de obras que pretendem compreender o País. São elas: Casa-grande e Senzala, de Gilberto Freyre (1933); Evolução Política do Brasil, de Caio Prado Júnior (1933); Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda (1936). Essas produções demonstram que os nossos intelectuais estavam, de fato, a observar a realidade brasileira.

LEITURAS OBRIGATÓRIAS - UFRGS 2010
Fogo Morto, de José Lins do Rego
Porteira Fechada, de Cyro Martins

O site Domínio Público disponibiliza alguns arquivos bem interessantes. Principalmente a categoria vídeos de literatura. Lá há uma séria "Mestres da Literatura Brasileira" - pequenos documentários sobre os autores. Acesse o vídeo sobre
José Lins do Rego.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

João Cabral de Melo Neto

Os manuais de Literatura anunciam João Cabral de Melo Neto como um poeta da Geração de 45. Sem muitas definições historiográficas, o que nos interessa, aqui, é a observação da sua estética: por vezes antilírica, como alguns críticos o chamam; por vezes com tom de observação social - O Cão Sem Plumas e Morte e Vida Severina.

A imagem da pedra, dizem, é perfeita para entendermos Cabral: tudo que precisamos para mergulhar em sua poesia está ali, diante dos nossos olhos, facilmente apreensível, observável, tão concreto como uma pedra. De fato, suas comparações são claríssimas, principalmente nos poemas que tencionam o rio Capibaribe.

Alguns arquivos: apresentação sobre João Cabral de Melo Neto.

Promessa Antiga!

Sem dúvida, eu gostaria de escrever muito mais do que escrevo. No entanto, sempre falta tempo! - Quando eu crescer, espero aprender a me organizar.
Pois bem, o Devaneio tem ficado um pouco quietinho, mas, agora, pretendo usá-lo com mais frequência para disponibilizar alguns materiais - serão pequenos resumos referente às aulas de Literatura e de Redação que ministro. Muitos dos arquivos não irão com as devidas referências e, desde já, digo que não estou roubando a "fala" dos críticos, mas, de fato, o material é da ordem da simplicidade e da praticidade - nada de ensaios acadêmicos.
Espero que o "pequenino" material seja útil.